segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Meus Marleys & Eu




Homem chora. Pelo menos até onde sei, eu choro. Esbugalho-me ao ver algo triste. As lágrimas rolam sem vergonha alguma. Molho a camiseta. Assoo o nariz melequento. Gasto uma caixa de lenços se preciso for. Asso o nariz. Lágrimas limpam os olhos da alma, purificam o espírito, exortam sentimentos, que correm como cachoeira pelos vales da face. Pra chorar você tem que ser muito macho. Pois só um homem de verdade expõe seus sentimentos. Lágrimas são as palavras dos olhos.

Estou lendo ‘Marley e Eu’. Pela terceira vez. É o quarto livro que compro. Gosto tanto desse livro que, para quem o empresto acabo dando. É meu livro escolhido. De cabeceira. Por quê? Porque fala sobre cachorro. Minha paixão. Tenho quatro. Os quatro aí de cima. Marley dá uma lição de vida sobre o que tem valor no relacionamento humano e animal. Fidelidade, lealdade, amizade, inteligência, impetuosidade, verdade, carinho, amor. Isso é o que realmente importa na vida. Viver tudo, o mais intensamente possível, como se o dia fosse acabar. Aproveitar a vida ao máximo.

Cada vez que leio esse livro surpreendo-me com algo que não havia notado anteriormente. Aprendo coisas novas a cada página relida. Aprendo o valor da vida, e o valor da perda. Por isso choro. Porque meus Marleys irão me deixar antes de mim. Isso é fato. Não há como mudar. Cada ano canino equivale a mais ou menos sete anos humanos. Meus cães estão chegando à meia idade. Partirão para os céus caninos antes que eu envelheça. Se você tem um companheiro canino, aproveite-o ao máximo. Você sentirá falta das lambidas dele, do mau hálito na sua cara, do rabo abanando (alguém disse que o abanar da cauda de um cão é o seu sorriso) pra você, dos pulos em seu peito para te abraçar. Das mordidas carinhosas em seus braços e pernas. Você sentirá falta. Eles ainda estão comigo e já sinto falta. Sei que chorarei a partida de cada um. Serão quatro choros. Isso já é fato também. Cabe a mim, e somente a mim, viver intensamente minha vida ao lado deles. Sorrir, divertir-me, brincar. Para que as emoções felizes superem e sufoquem a dor da perda. Perder sempre dói. Sempre.

Já perdi alguém que amava muito. Isso foi há um tempo. Doeu. Mas ensinou. Ensinou que nessa vida, ninguém é de ninguém. Ninguém possui ninguém. Somos INDIVÍDUOS. Nossos seres amados (humanos ou animais) vêm e vão. É a dança da vida. Cabe a nós cultivarmos sentimentos bons por todos.


Encontraremos-nos lá na frente. Onde a vida é eterna. Onde os sentimentos sobrepõem-se à materialidade. Onde o ser prevalece. Onde encontrarei os seres amados. E com certeza, eles estarão abanando o rabo e correrão ao meu (re)encontro, então matarei a saudades do amor, e chorarei como uma criança, chorarei de alegria, e minhas lágrimas dirão, pelos olhos da alma, o quanto fui e sou feliz.

4 comentários:

Anônimo disse...

Lu,que texto gostoso de se ler,os dogs são realmente nossos melhores e fiéis companheiros,quem dera se o mundo dos humanos tb fosse assim,e que bom que ainda existem pessoas como vc que valorizam as coisas simples da vida,essas que nos fazem refletir e querer pouco para sermos felizes!!
Bjão!!

Luciano S. Santos disse...

obrigado...heheheh...assim vc me deixa encabulado... com certeza
para eu ser feliz só preciso do essencial. amor dos meus cachorros, filhos e de uma pessoa especial. nada mais é necessário para sermos felizes. concorda?

Gilda Pereira disse...

A felicidade está dentro de nós e em coisas tao simples do nosso dia.
Parabéns pelo texto.
Abraço!

Luciano S. Santos disse...

obrigado minha amiga Gilda. conte com esse criado das letras sempre que precisar. e força no teu novo desafio. estou torcendo por ti.