domingo, 18 de janeiro de 2009

A pedra filosofal


O Alquimista em Busca da Pedra Filosofal (quadro de Joseph Wright (1771))



A pedra filosofal era, e acredito que ainda é, um objeto que os alquimistas, na idade média, buscavam desenvolver. Ela teria duas funções muito simples. Transformava metais inferiores em ouro e seria responsável pelo Elixir da Longa Vida, uma substância que prolongaria a vida humana indefinidamente. É certo que essa pedra até hoje não foi encontrada, senão teríamos entre nós um cidadão com pelo menos uns 600 a 700 anos.

Alguns estudiosos dizem que a pedra filosofal é uma metáfora que os alquimistas utilizavam para tratarem de assuntos espirituais. A transformação de metal em ouro seria nada mais que a transmutação de um espírito inferior em superior. Lembremos que os alquimistas viviam na idade média, portanto falar em espíritos, almas ou qualquer assunto relacionado já bastava para transformar esses incipientes químicos em churrasquinho inquisitório.
Além disso, o detentor da pedra filosofal teria o direito de regozijar-se com o elixir da longa vida, nada mais que uma analogia aos estudos e preocupações dos cientistas da época com a saúde e medicina humana.

Teve um alquimista, que viveu no século XIV, um tal de Flamel. Reza a lenda que esse carinha descobriu o segredo da pedra e ficou muito rico, praticou a caridade e coisa e tal até que um dia morreu. Ele e sua esposa. Saqueadores entraram na casa de Flamel em busca da pedra mas, jamais a encontraram. Reza a mesma lenda que Flamel e sua esposa não morreram. Vivem até hoje. Juntinhos e felizes. Em suas tumbas foram encontrados somente restos de roupas no lugar dos corpos. Sortudo esse Flamel. Rico, eterno e...casado. Até hoje com a mesma mulher, espero.

Pois então, eu estou em busca da pedra filosofal. Não a pedra propriamente dita, mas o que ela representa. Hoje, adulto, e depois de 13 anos de relacionamento com a mesma pessoa, vi que, na verdade, não aproveitei minha juventude como deveria. Quero ir a shows, pular que nem criança. Encher a cara. Ir às baladas. Chegar de manhã cedo em casa. Dormir até o meio dia. Mas engraçado, não consigo fazer isso sozinho. Sempre curti mais as saídas a dois. Casal. Casais. Que graça tem ir ao show da Alanis sozinho? Você lá e mais 25.000 pessoas, 25.000 estranhos. Comentar o show com quem?

É aí que entra a pedra filosofal. Ao possuir o elixir da longa vida, poderei eternamente ser jovem. Ao seu lado. Você também. Juntos. O tempo que resta de nossas vidas. Inconseqüentes, diria. Aproveitarmos o máximo.

Depois que me separei achei que havia encontrado a pedra. Acho que encontrei. Mas não sei por que cargas d’água ela não está comigo? Quer ser de novo minha pedra filosofal, o Elixir da nossa longa vida? Sonho e desejo, realmente, que sim.

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