sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Competição





Hoje, na volta pra casa, cansado depois de um dia de trabalho e puto da vida porque semana que vem vou ter que trabalhar no que não gosto (deixa pra lá, vou aproveitar o findi), vi uma cena que me despertou interesse.

Passando pela praça na frente do meu cafofo, vi um pai e seus filhos jogando bola. Mas jogando mesmo, não era brincadeira, jogo valendo. De repente o pai chuta a bola em direção ao gol do outro time, formado por três dos cinco filhos, o que acontece?

Um dos meninos, do time do pai, chuta a bola bem forte, como um daqueles zagueiros varzeanos, tirando o gol que estava prestes a ser realizado. O pai desesperado com o companheiro de time, que não devia ter mais que sete ou oito anos, dá-lhe uma tremenda bronca e manda o guri ir para o balanço do parquinho, como se tivesse cometido uma agressão e recebido o cartão vermelho.

Juro que na hora, me deu vontade de ir lá e chutar o saco daquele velho gordo. Contive-me. Comecei a observar a cena e pensar sobre o assunto. Se nossos pais alegrassem-se em ver um filho saudável, brincando de bola com eles, longe das drogas, convivendo em família, dariam uma boa gargalhada e correriam ao nosso encontro para nos jogarem para cima. O que os faz serem agressivos como o pai atacante? Respondo-lhes já. Uma palavrinha chamada competição.

O raio da competição é que faz que criemos nossas crianças como se o mundo fosse uma selva onde os mais fortes sobrevivem. O fraco é pisoteado e esmagado como uma barata. Não culpo aquele pai, aprendeu do pai dele que o mundo é assim e está preparando a prole para o futuro sombrio que os aguarda. Se nossos pais estimulassem nossa criatividade, apoiassem nossas iniciativas, criticassem o errado, elogiassem o certo, as pessoas daqui para frente fariam o que gostam, trabalhariam com prazer, viveriam aos sorrisos. Mas a competição supera o amor. Não se brinca mais de bola. Compete-se. Não se trabalha mais com prazer. Assim como eu na semana que vem. Tudo pela merda da competição. Um dia, bem próximo, eu faço que nem aquela criança que foi de castigo pro balanço da pracinha. Chuto a bola pra bem longe do gol e vou viver feliz.



All Star







Essa semana eu ganhei um all star igualzinho ao daí de cima. Da minha excelentíssima. Presentão. Quer dizer, acho. Talvez ela quisesse me mostrar o quão velho e ridículo eu estou. Brincadeirinha. A verdade é que o all star apareceu no início do século XX. Foi o tênis do basquete norte-americano por décadas.

Eu tinha um all star quando era novinho. Amarelo. Cano alto. A gente dobrava o cano e arremangava as calças jeans para mostrar o pisante. Imagina a foto! Depois surgiram uns com a logo da marca por dentro, que era pra virar o cano e não deixar o tênis sem identidade. Pura jogada de marketing. Aliás quando você é jovem, mais parece um outdoor ambulante do que uma pessoa, já notou? Olha aí pro seu filho. Quem fica feliz são as lojas do shopping.

Bom, voltando ao all star. Se a minha patroa queria me despertar um sentimento nostálgico, não conseguiu. Fui pra facul de tênis novinho. Me senti o maior gurizão. A galera toda com o mesmo tênis. A maioria nem era nascida quando a febre do all star chegou por essas bandas. Agora, são uma infinidade de cores e modelos, pra todos os gostos.

Eu to me sentindo o maior dos jornalistas, porque jornalista que se preza usa blazer, camiseta, calça jeans e all star. Sim senhor. Calçado de guerra como se diz. Confortável e resistente. Se cuida CQC, to chegando. Pior, não recebi um tostão pela propaganda. Mas to feliz com meu all star BLACK, novinho, novinho. Pra ficar melhor, falta encardir o dito. Vamos dar tempo ao tempo.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Congestionamento em calçadas




Arte de Wilma Barsotti

Algo está acontecendo nas cidades grandes. Tem chovido muito por aqui. Dos últimos 12 dias, 10 foram com água caindo do ceu. Adoro caminhar sob a chuva. Faz-me pensar, refletir. Comprei um guarda chuva novo. Grande. Bem grande. Enorme diria. Pra me proteger da água que cai. Virou moda. Guarda chuva grande. Além disso, o comércio internacional facilita a aquisição de tal iguaria.

Então, disse que algo se sucedia nos dias de hoje nas metrópoles do Brasil, do mundo talvez. Muita gente na rua, muita mesmo. Caminhando em calçadas cada vez mais estreitas. Apesar do recuo obrigatório de 4 metros da rua, as propriedades cada vez mais, principalmente as comerciais, se apropriam das vias expressas de quem trafega sobre dois pés. Pessoas demais, chuva demais, guarda chuvas enormes demais. Congestionamento garantido. Não mais guarda chuvas. Espadas que se esgrimam ao chocarem-se no cruzamento de duas almas. Ou mais.

As pessoas têm mania de caminhar lado a lado. Não interessa a largura do passeio. Três, quatro, até cinco, vindo em sua direção, como a defesa dos GIANTS a atropelar o quarter back, franzino, que tenta chutar a gol. Imagine cinco pessoas empunhando espadas medievais em sua direção? Lembro-me das cruzadas, onde os exércitos enfrentavam-se face a face.

Com o estreitamento das calçadas, o aumento da população mundial e a falta do controle de natalidade, associada ao aumento dos combustíveis, surge um novo fenômeno social: o congestionamento urbano de guarda-chuvas. Cada centímetro quadrado é disputado tapa a tapa. As pessoas preferem as marquises em dias de chuva. Além de proteção extra, mais longe do banho dos carros.

Dia desses vinha caminhando pelo lado direito da calçada, como determina a legislação de trânsito, quando, em sentido oposto ao meu, outro transeunte vinha pela contramão. Ambos segurando suas espadas, digo guarda chuvas, como numa disputa medieval sobre cavalos pela atenção de alguma princesa. Ao nos aproximarmos, firmei o passo em linha reta (afinal o outro que estava na contramão), e nos chocamos. Ouvi um monte de palavrões do cidadão. Só faltou me espetar com seu sombreiroo. Como se eu tivesse obrigação de desviar.

O trânsito nas grandes cidades está caótico mesmo. Inclusive em dias de chuva, nas calçadas.




quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Pote de geleia










Há alguns dias completei mais um ano de existência terrena. 34 agora, se não me falha a memória. Ao chegar nessa tenra idade me deparo com alguns questionamentos a respeito da vida, das relações e de como vamos levando essas coisas através dos tempos.

Fossem alguns anos antes, me preocuparia com a chegada da idade, a indecisão profissional, os filhos que ainda não tive. A casa própria que ainda não é própria. Esses meandros que tornam a vida contemporânea essa merda que a gente vê por aí.

Foi então que aconteceu. Todas essas minhas angústias foram por água abaixo quando me deparei com o pote de geléia aí de cima. Isso mesmo, fiz questão de fotografá-lo pra mostrar, para você leitor, que nossos problemas só existem porque nós deixamos que eles apareçam.

Se você reparar bem nesse vidro aí, verá que as bordas superiores são em forma de quinas. Notou? Pois bem. Dentro dessa maravilha de design e engenharia moderna havia uma suculenta e deliciosa, mas não menos calórica, geléia de uva. Divina.

Eu fui comendo, comendo, comendo, até que cheguei na geléia das bordas. Imaginou? Olha, devo ter ficado umas duas horas para conseguir tirar com uma faca a geléia que teimava em decorar os cantos do pote de vidro. Agora me diz quem é a criatura que desenhou esse vidro de geléia? No mínimo nunca comeu tal iguaria.

Depois disso, do episódio em questão, resolvi simplificar. Deixo a vida me levar. Vida leva eu, como diz a canção. Sem preocupações. Com metas e objetivos traçados. Mas se no meio do caminho tiver que jogar o pote de geléia com as quinas coloridas no lixo, tudo bem. São problemas menores, que a gente descarta, não transforma em dores de cabeça. É só abrir a tampa do lixo e jogar o vidro todo pra dentro.




domingo, 16 de agosto de 2009

Missiva acerca de um dote







Escrevo a Vsas. Srias. esta humilde missiva para tratar de assunto de vossos interesses. É bem sabido, de tempos, de meu interesse em vossa filha, claro que com a melhor das intenções. Considerando o apreço que tenho por vossas realezas, venho por meio desta explicitar toda minha angústia e temor por algo que me toma de preocupações e faz meu sono afastar-se de minha cama todas as noites desde que iniciei colóquio amoroso com vossa princesa.

É de conhecimento de todos nesse reino que sou um pobre vassalo, a serviço de vossas majestades, e que nem tampouco possuo terra onde possa cair morto. Muito menos animais para o serviço da terra ou para servirem de moeda mercantil. Vá lá, detenho tão somente quatro cuscos que me acompanham nas andanças da vida, tal qual um nômade sem destino, mas que desde que conheceu a princesa estabeleceu-se nas redondezas de vosso nobre reino.

Meu trabalho é tão somente o de fazer girar a moeda do reino. Sou um reles funcionário de vossas majestades. Por tudo isso que venho me dirigir a vossas altezas, para falar-lhes a respeito do DOTE. É de costume fidalgo e das melhores nobrezas, o noivo presentear com um regalo os pais da noiva, como forma de agradecer e parabenizar aos ascendentes da mesma, nesse caso, vossa filha.

Por bem, e como já é de conhecimento de vossa rebenta, meu dote resume-se tão somente e unicamente ao amor que nutro por jovem manceba. Sei que é pouco, aliás, é nada, mas é sincero. Simples e de coração. Portanto, se vossas senhorias que já possuem tudo e mais um pouco, contentarem-se com essa pequena demonstração de consideração por suas almas, regozijo felicidades em aceitarem meu dote pela mão de vossa filha.

Espero retorno dessa missiva, com boas novas reais.

Assinado, um nada com coisa nenhuma.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Ermitão






Todo mundo tem um dono. Eu disse todo mundo. É só parar e pensar. Para quem você deve satisfações? Certamente para alguém. Nem que seja o governo. Lógico. Você paga impostos, não paga? Experimenta deixar de pagar. E a lista segue: chefe, mulher, pai, mãe, vizinho, até o flanelinha que cuida do seu carro. Você poderá argumentar que sim, eu me relaciono com essas pessoas, mas elas não são meus donos. Será?

É simples. Todo mundo que quer viver em sociedade deve satisfações para os outros. É natural. Portanto aquela balela de que eu sou independente, mando no meu nariz, não existe. Ninguém é realmente independente, ou livre para fazer o que der na telha. Vivemos num mundo de regras. Necessárias. Escritas por quem? A grosso modo, nossos donos. Você não faz suas regras. Apenas segue aquilo que está estabelecido pelo grupo onde vive. Ninguém muda nada sozinho. Por isso que uma nova regra é discutida e feita por várias pessoas.

Mas voltando aos nossos donos. Acredito que os únicos a não terem donos, mesmo, são os ermitões. Aqueles sujeitos esquisitos que de uma hora pra outra resolvem abandonar tudo e viver isolados. Em cavernas. Como nossos ancestrais primitivos. Admiro os ermitões. Sujeitos corajosos esses. Resolveram ser livres. Independentes. Esses sim. A gente? A gente é cercado de donos. Basta desrespeitar um deles e pronto. Somos punidos. Portanto, concluo, nesse mundo, somos submissos uns aos outros. Como num círculo vicioso. Uns submissos aos outros. Não há escapatória. Pare um minuto e reflita. Se estiver errado, me corrija. Experimenta deixar de pagar o IPVA. Seu carro é preso e você só tem sua liberdade de ir e vir de carro de novo quando pagar a penitência.

Desde que você nasce os donos se apoderam de você. Nem seus pensamentos são seus. Nossas idéias são colchas de retalhos costuradas por nós de milhares e milhares de informações que recebemos diariamente. Nem nos preocupamos em parar e decidir se o que pensamos é ou não é importante ou certo. O mundo de hoje não permite. Nossos donos exigem pressa, exigem conhecimento rápido, exigem ,exigem, exigem. Nomeio isso de paranoia da informação. Nosso novo dono responde pelo nome de internet. A grande rede de informação. A ligar o mundo em segundos. Exige que saibamos coisas que em outros tempos não seria necessário. E assim nos escravizamos mais uma vez. Novo dono. Qual será o próximo? Seremos realmente livres algum dia? Talvez a resposta esteja com os ermitões. Quando encontrar um, entrevisto-o e conto para você.



sábado, 11 de julho de 2009

Sinais dos Tempos





Sábado é dia de mercado. Super, como se diz por essas bandas. Agregado ao mesmo, shopping (invenção do século XX), e nele, praça de alimentação. Almoçar no shopping é algo, no mínimo, curioso. Famílias inteiras, até três gerações, reunidas nas mesas que nem sequer lembram os alegres e efusivos encontros de final de semana na casa da vó.

Aliás, a mesma está lá, sentada na ponta da mesa, como manda a boa tradição matriarcal. No prato, McDonalds, Milk shake. No olhar, o pensamento e a lembrança de um aroma e sabor de uma bela macarronada ou uma costela gorda. Em outra mesa, uma senhora, talvez 70 ou mais, saboreando uma bib esfiha. Risonha, despreocupada, conversa, animadamente, com as colegas, duas ou três, aparentando a mesma idade.

Praça de alimentação virou refúgio familiar. Por que gastar tempo e dinheiro espetando carne ou cozinhando massa, batendo bolo ou a maionese? Em cinco minutos tudo está ao seu alcance. Como um passe de mágica. Ao redor, 360 graus de variedades, massas, grelhados, tortas, sanduiches, comida chinesa. Sem reclamação dos netos que preferiam comer batata frita à alface. Ilhas de felicidade. De encontros familiares.

Chapéu à mesa era condenação. Direto para o inferno. Sem parada no purgatório. Usá-lo era constrangedor. Pecado contra a santa ceia do Senhor. Era. Não é mais. Centenas de cabeças desfilam bonés e chapéus coloridos na praça, a lembrar dia de praia e os guarda-sóis multicores espalhados na orla. Ninguém mais se lembra do ritual. Caído no esquecimento. Deixado de lado no dia em que a vó foi ao shopping.

Paradoxalmente, casais ainda sentam lado a lado, ou frente a frente, conforme o gosto. À esquerda uma menina sentada na cadeira e cruzado com ela um rapaz. Até isso mudou? Casais sentados em diagonal? Estranho. Ao levantarem-se não se dão as mãos. Amigos, talvez. Partem lado a lado, conversando. Amigos. Como se fosse proibido a amigos sentarem frente a frente, ou lado a lado. O que dirão os conhecidos? E se a namorada(o) dele(a), chegar e ver a cena? Fim, com certeza. A intimidade de amigos não resiste à mesa de um shopping. A mesma mesa que guarda a intimidade das famílias.

Sinais dos tempos.



quinta-feira, 18 de junho de 2009

Um minuto de silêncio








Um minuto de silêncio para os que acham que qualquer um sabe escrever

Um minuto de silêncio para os julgadores de seus próprios ordenados

Um minuto de silêncio para quem acredita que escrever e cozinhar são coisas semelhantes

Um minuto de silêncio aos “jornalistas” sem diploma, que, coitados, são pouquíssimos nas redações de jornal.

Um minuto de silêncio aos donos de veículos de comunicação que, certamente, só irão contratar jornalistas formados, pois esses têm salários melhores dos que escrevem por hobby.

Um minuto de silêncio a quem cabe julgar e diz-se um desinformado total, pois não lê nem assiste à televisão.

Um minuto de silêncio a uma classe que propaga todas as informações das mais diferentes classes sociais, mas, não consegue dar uma notinha que seja sobre sua própria categoria.

Um minuto de silêncio ao fim dos revisores e à apoteose de erros gramaticais e ortográficos que se empilham aos borbotões nos mais diversos meios de comunicação.

Um minuto de silêncio à educação brasileira

Um minuto de silencio aos intelectuais que reformam uma língua que só eles conseguem falar

Um minuto de silencio aos que não gastam uma sola de sapato atrás da informação

Um minuto de silencio ao CTRL+C, CTRL+V

Um minuto de silêncio ao revisor ortográfico do WORD

Um minuto de silêncio ao jornal que só faz copiar releases e só acredita no que é oficial, porque é mais cômodo

Um minuto de silêncio em respeito ao enterro de mais e mais jornais que estacionaram nos anos 50

Um minuto de silêncio a quem deveria falar

Um minuto de silêncio em homenagem à volta aos tempos da caverna

Um minuto de silêncio ao bom senso

Um minuto de silêncio

...

sábado, 30 de maio de 2009

Todo mundo só pensa NA-QUI-LO







Há algum tempo postei um texto intitulado ‘Loiras safadas, morenas recatadas, ruivas neuróticas’. Se vocês, leitores, procurarem aqui no blog, acham facin, facin. O texto não tem nada de luxurioso ou pornográfico. É sobre uma pesquisa que diz que a cor do cabelo demonstra um pouco da personalidade da mulher.

Por que estou falando nisso? Coloquei recentemente uma ferramenta estatística aqui no blog. Ela me informa o horário e a forma que as pessoas chegam até essa simples página de rabiscos. Pois bem, já possuía a estatística de que esse post, que falei ali no primeiro parágrafo, era o mais acessado. Não entendia o porquê. Agora entendo. O programinha que instalei aqui me mostrou que todo o MUNDO, isso mesmo, MUNDO, só pensa naquilo. Vocês sabem do que falo. Não é preciso esmiuçar o que é ‘NAQUILO’.

Ao olhar os primeiros acessos ao meu blog notei que o pessoal que coloca seus olhos por aqui adentrava a página através do buscador mundial. O Google. Mas o mais impressionante é a forma que isso se dá. Vocês, certamente, já utilizaram o Google uma vez na vida que seja. É só colocar qualquer palavra ou frase e ele busca por comparação.

Então, eu dizia que o pessoal só pensa naquilo mesmo. Ao ir atrás da origem dos sites que chegavam a minha página descobri coisas curiosas, vejam só:

A frase campeã de procura no Google que, inclusive coloca meu site no topo da lista é: ‘loiras e morenas safadas’. Coloca lá para você ver. Têm outras: ‘russas gostosas; fotos de loiras safadas; morenas safadas; morenas/sexo selvagem; as safadas executivas; imagem gurias safadas; loirassafadas.com’ e por aí vai.

Isso só me leva a uma conclusão. Todo mundo gosta mesmo é de sacanagem. Inclusive tem acesso de órgãos públicos e universidades. O pessoal acredita que não é rastreado. Doce ilusão. Esse negócio de estatística é uma coisa curiosa. Eu não acredito muito. E esse texto comprova isso. A média de acessos a essa página é de 25 por dia. Que que adianta? O pessoal só entra porque acha que verá sacanagem.

Poderia me gabar que um monte de gente entra e coisaetal. Mas, números são números e como tais, manipuláveis. Resultado. De toda a estatística eu só tiro uma conclusão: todo mundo só pensa NAQUILO.

Debilidades








Essa semana eu estava gripado. Fazia muito tempo que uma cepa do vírus influenza não habitava esse corpinho. Bem, dessa vez, não tive escapatória. Sabe como é cara gripado. Fica im-pres-tá-vel. Pelo menos eu fico. Debilitado, seria a palavra correta. Física e mentalmente. Tão debilitado, que até os neurônios espirram. Debilitado, vem de débil, que quer dizer deficiente, precário, fraco ou o que quer que seja.

Quando pego uma gripe além do corpo, minha cabeça fica debilitada. E aí já viu né? Ainda bem que no meu serviço não aconteceu nada de mal. Mas, e sempre há um mas em crônicas, algo tinha que acontecer. Não sei se comentei aqui antes, mas eu estava indo de BUS (leia-se ônibus) para o trabalho e voltando a pé. Exercício. Sabe como é? Depois de certa idade na vida do cidadão o exercício físico vira obrigação (não prazer, porém, dever).

Então, naquela semana eu estava muito mal. Já havia gasto um rolo de papel higiênico. Meu nariz estava todo assado. Quase que desidrato com tanta coriza. Resolvi voltar do trabalho de ônibus. Lembro que perguntei para umas três pessoas, incluindo os vigilantes do meu local de labor, qual ônibus deveria pegar para voltar para casa, mas principalmente, qual não deveria. Aí já viu né, naquele pavor de pegar o ônibus errado, memorizei (lembrem-se, neurônios gripados, com febre e dores nos axiomas), com toda a certeza do âmago do meu ser, a linha que não deveria pegar. Adivinha?

Exatamente. Peguei o desgraçado do ônibus. Quando vi já era tarde. Para não ficar feio, desci umas duas paradas depois. Aí vem o outro problema. Como moro razoavelmente perto do meu trabalho (uns dois quilômetros), e desci no meio do caminho, me meti numa sinuca de bico. Mico demais pegar outro ônibus e descer logo depois. Metade do caminho por percorrer. O que fiz?

Meus sapatos lhe contam. Isso depois de secarem da coriza que ia escorrendo nariz abaixo.

O ministério da saúde adverte: gripe deixa você mais débil mental que o habitual e provoca situações vexatórias, tal como pegar ônibus errado, mesmo sabendo.

Vai dizer que isso nunca aconteceu com você?

 

 

O povinho sem vergonha esse!!!












O povinho sem vergonha esse!!!

 

É com muito orgulho que apresento um programa de rádio de uma galera muito especial. Sem vergonha é uma idéia minha e da galerinha aí de cima que colocamos no ar no ano passado, na rádio Univali, de Itajaí SC.

 

Nossa pretensão era pouca. O horário é o mesmo do concorrente: de segunda a sexta das 18h às 18h50min.

 

É com grande alegria que vejo que o projeto ganhou asas e decolou de vez.

 

Logo, logo, estarei pintando por aí pra matar a saudades da rádio!!

 

Confira: Sem vergonha (seg. a sex., 18h às 18h50min):

 

http://www.univali.br/uploads/radio/radio.html

domingo, 17 de maio de 2009

A corrida...

Houve um dia na Terra...
...em que um Deus dos pés...
...desceu dos céus para abençoar uma corrida...






...centenas de outros pés colocaram-se em movimento...



...nessa corrida, nesse dia, não havia limites...



...os humanos brincavam...


...divertiam-se...





...o prêmio...
...seria de todos...




...não havia adversários...
...uniram-se, eles, ao bem maior...






...milhares de pessoas unidas...





...gerações completas...
...solidárias...





...o milagre da multiplicação...







...corpo e mente flutuam com a sensação do dever cumprido...





...chega!!!...
...a láurea espera os competidores...





...a recompensa...
...a solidariedade de quem estende a mão...




...o Deus se humaniza...
...o Deus ama...



...todos juntos...
...o vermelho e o azul...
...uma coisa só...




...reinam o carinho e a proteção aos mais fracos...






....nesse dia...
...o trabalho...




...é diversão...




...até quem não calça, é premiado...





...o troféu...




...é de um povo aguerrido, orgulhoso e solidário...



...no final a corrida é mais uma vez vencida...




...e o Deus se despede...





Fotos: Luciano Santos

sábado, 16 de maio de 2009

Da série...português é tão difícil?...nº VIII










Ainda bem que ele ou ela ganha a vida desenhando...já pensou se fosse como revisor?

sexta-feira, 15 de maio de 2009

O inverno





Oficialmente o inverno inicia-se em 20 de junho. Inverno vem do latim, hibernu, que quer dizer hibernar. Do fato de que alguns animais, o urso, por exemplo, é um, recolhem-se nos períodos frios e baixam o seu metabolismo, entrando em um período de sonolência constante, até que a estação gelada passe.

 

Bom, pra mim o inverno já começou. Quando? Quando eu mudei a chave do chuveiro de verão para inverno. Simples assim. O chuveiro me lembra do frio congelante do Rio Grande do Sul. Foi uma emoção. Deveria ter tirado foto. Registrado o momento. Como o descerrar de uma placa de inauguração. Troquei a chavezinha e toda aquela água quente banhou-me. Devia fazer, não, fazia uns três anos que havia aposentado a chave quente do chuveiro. No estado vizinho não era necessário.

 

Inverno tem das suas. Você come mais. Invariavelmente. Já engordei dois quilos desde o meu retorno. Resultado de farras gastronômicas regadas a cappuccinos, tortas de limão, quiches e por aí vai. Tem outra. Você não quer levantar da cama de jeito nenhum. Aliás, inverno é bom pra desempregado ou sujeito de férias. Tem o chimarrão. Fica melhor tomar água quente no inverno.

 

Depois de três anos hora de tirar as roupas pesadas do guardarroupa. Colocar no sol. Para matar os ácaros e o mofo do roupeiro. Tem roupa que nem lembrava mais que tinha. Fuxicar em guardarroupa é que nem olhar foto. Cada peça lhe traz uma lembrança. Algumas peças eu devia colocar fogo. Mas vá lá. Faz parte da vida. Também tenho que arrumar uma costureira. Dessas que fazem reforma. Tem muita roupa reciclável no meu armário. Digo, reutilizável.

 

Inverno é bom. Decididamente, acho bom o inverno. Tem coisas que só dá pra fazer no inverno. Dormir de meia por exemplo. No verão você quer cortar os pés fora se dormir de meia. Tem outra. Lagartear. Isso mesmo, esse é um termo daqui. Lagartear quer dizer ficar no sol, que nem os lagartos fazem. Melhor ainda se você estiver acompanhado de um saco de bergamotas (mexerica, para alguns). Ohhhh coisa boa, lagartear com bergamota. Fogão a lenha. O aqui de casa só falta instalar. Tem coisa melhor que chegar em casa aí pelas 18h e colocar lenha no fogão? Esquentar a água pro chimarrão e cozinhar um bom arroz carreteiro na panela de ferro?

 

Ahhhh, a panela de ferro. Esse utensílio doméstico combina com inverno. A comida fica muito mais saborosa numa panela de ferro. Não sei dizer por que, mas fica, com certeza fica. Ruim do inverno mesmo só o frio. Podia fazer inverno sem frio. Mas aí não seria a mesma coisa. Inverno sem frio é quase, digamos, verão. Assim como o verão sem calor é inverno. Deu pra entender? Não? Deixa assim.

 

Mas eu falava do meu chuveiro. Lembra? Sim. Lá no início. O chuveiro. Pro frio daqui não dá para ser qualquer chuveiro, - existe uma expressão bem gauchesca que diz que o frio aqui ‘tá de renguear cusco’, ou seja, seu cachorrinho (cusco) vai sair capengando, todo duro (renguear), do frio que faz - tem que ser um que esquente a água pra valer. Bom mesmo se você colocar a chaleira embaixo do chuveiro e tirar a água do mate prontinha pra ser sorvida. Exagero? Quem sabe você vem pra cá. Em agosto. E de manhã cedo, quando for tomar banho pra ir trabalhar, toma banho numa duchinha corona, sabe? Depois você me fala. Realmente, o inverno começa mudando-se a chave do chuveiro. Pelo menos por essas bandas.


sexta-feira, 8 de maio de 2009

Da série...Português é tão difícil?...nº VII



O serviço pode ser "de fino acabamento" mas as bolÇas e os feIchos, sei não...que que você acha?
Pelo menos o 'conserto', esse sim, tá bem acabado. Menos mal.