segunda-feira, 28 de julho de 2008

O Plano "B"


Tenho um amigo, O Jorge. O Jorge é um cara boa pinta, faz sucesso com as mulheres. Tem boa lábia, é persuasivo e bom papo.

Pois bem, dia desses o Jorge e eu estávamos tomando uma ceva no boteco e jogando conversa fora. Assunto, claro: futebol e mulher. Explanava ao meu amigo que gosto de relacionamento sério, uma mulher decidida, segura, companheira mesmo. Estabilidade.

O Jorge deu de ombros e disse o seguinte: - Cara, eu era assim. Só me estrepei. Lembra da Lúcia? Pois é. Era gamado naquela morena.

Ah, a Lúcia... Realmente aquilo era um avião, não, um BOEING. Sabe aquela mulher nem alta nem baixa, nem gorda nem magra, cabelos negros como a noite, dois olhos que mais pareciam jabuticabas tenras e doces, prontas para serem sorvidas por lábios sedentos.

Ah, a Lúcia...Simplesmente per-fei-ta. Pois é. O Jorge, Don Juan nato, dedicou-se à conquista, com todas as suas forças. Mas quem disse que a Lúcia era fácil. O Jorge suou, mas suou, atrás daquela morena. Enfim, depois de meses de tentativas, o Jorge atingiu seu objetivo.

Lembro que ele falava: - Pô cara que mina difícil. Mas assim é melhor. Quanto mais difícil melhor.

E depois de todo o esforço, Jorge e Lúcia começaram a namorar. No início, beijos, abraços, amassos e coisa e tal. O Jorge tava enfeitiçado por aquela mulher. Mas aos poucos, nós os amigos, começamos a notar algo diferente na Lúcia. Ela não parecia tão animada quanto antes, não beijava tanto quanto antes, não abrtaçava tanto quanto antes e...não amassava tanto quanto antes.O Jorge, lógico, esperto, também notou o distanciamento imposto pela bela morena. Até que não se contendo mais em tanta ansiedade, resolveu pôr Lúcia na parede. Ela tentou disfarçar, mas acbou confessando. Estava gostando de outro. Aliás sempre gostara. O Jorge surgiu, disse ela, como uma alternativa, um estepe: o Plano B.

Bom nem preciso dizer como o Jorge se sentiu. O útlimo dos últimos. A segunda opção. Pois bem, resumindo: a partir daquele dia o Jorge voltou a ser o velho Jorge. Conhecia uma guria, ficava e coisa e tal, depois despachava. Não queria dar chance ao azar. Não queria ser o plano B novamente. Até hoje ele me diz: - Cara, tu é louco. Casar, ter filhos? As mulheres hoje querem curtir, tiram sarro da nossa cara. Mas comigo não mais. Antes delas, EU.

Às vezes dou razão pro Jorge. Mas não consigo agir da mesma forma. Ainda acredito em um amor, em alguém que eu goste e que goste de mim. Que queira ter algo sério. Ter filhos, família.Não quero e não posso acreditar que o amor, sim, o amor, na sua mais pura e bela forma, tenha ficado pra trás, tenha sido engavetado por homens e mulheres, tenha se tornado só um Plano B...