sábado, 30 de maio de 2009

Todo mundo só pensa NA-QUI-LO







Há algum tempo postei um texto intitulado ‘Loiras safadas, morenas recatadas, ruivas neuróticas’. Se vocês, leitores, procurarem aqui no blog, acham facin, facin. O texto não tem nada de luxurioso ou pornográfico. É sobre uma pesquisa que diz que a cor do cabelo demonstra um pouco da personalidade da mulher.

Por que estou falando nisso? Coloquei recentemente uma ferramenta estatística aqui no blog. Ela me informa o horário e a forma que as pessoas chegam até essa simples página de rabiscos. Pois bem, já possuía a estatística de que esse post, que falei ali no primeiro parágrafo, era o mais acessado. Não entendia o porquê. Agora entendo. O programinha que instalei aqui me mostrou que todo o MUNDO, isso mesmo, MUNDO, só pensa naquilo. Vocês sabem do que falo. Não é preciso esmiuçar o que é ‘NAQUILO’.

Ao olhar os primeiros acessos ao meu blog notei que o pessoal que coloca seus olhos por aqui adentrava a página através do buscador mundial. O Google. Mas o mais impressionante é a forma que isso se dá. Vocês, certamente, já utilizaram o Google uma vez na vida que seja. É só colocar qualquer palavra ou frase e ele busca por comparação.

Então, eu dizia que o pessoal só pensa naquilo mesmo. Ao ir atrás da origem dos sites que chegavam a minha página descobri coisas curiosas, vejam só:

A frase campeã de procura no Google que, inclusive coloca meu site no topo da lista é: ‘loiras e morenas safadas’. Coloca lá para você ver. Têm outras: ‘russas gostosas; fotos de loiras safadas; morenas safadas; morenas/sexo selvagem; as safadas executivas; imagem gurias safadas; loirassafadas.com’ e por aí vai.

Isso só me leva a uma conclusão. Todo mundo gosta mesmo é de sacanagem. Inclusive tem acesso de órgãos públicos e universidades. O pessoal acredita que não é rastreado. Doce ilusão. Esse negócio de estatística é uma coisa curiosa. Eu não acredito muito. E esse texto comprova isso. A média de acessos a essa página é de 25 por dia. Que que adianta? O pessoal só entra porque acha que verá sacanagem.

Poderia me gabar que um monte de gente entra e coisaetal. Mas, números são números e como tais, manipuláveis. Resultado. De toda a estatística eu só tiro uma conclusão: todo mundo só pensa NAQUILO.

Debilidades








Essa semana eu estava gripado. Fazia muito tempo que uma cepa do vírus influenza não habitava esse corpinho. Bem, dessa vez, não tive escapatória. Sabe como é cara gripado. Fica im-pres-tá-vel. Pelo menos eu fico. Debilitado, seria a palavra correta. Física e mentalmente. Tão debilitado, que até os neurônios espirram. Debilitado, vem de débil, que quer dizer deficiente, precário, fraco ou o que quer que seja.

Quando pego uma gripe além do corpo, minha cabeça fica debilitada. E aí já viu né? Ainda bem que no meu serviço não aconteceu nada de mal. Mas, e sempre há um mas em crônicas, algo tinha que acontecer. Não sei se comentei aqui antes, mas eu estava indo de BUS (leia-se ônibus) para o trabalho e voltando a pé. Exercício. Sabe como é? Depois de certa idade na vida do cidadão o exercício físico vira obrigação (não prazer, porém, dever).

Então, naquela semana eu estava muito mal. Já havia gasto um rolo de papel higiênico. Meu nariz estava todo assado. Quase que desidrato com tanta coriza. Resolvi voltar do trabalho de ônibus. Lembro que perguntei para umas três pessoas, incluindo os vigilantes do meu local de labor, qual ônibus deveria pegar para voltar para casa, mas principalmente, qual não deveria. Aí já viu né, naquele pavor de pegar o ônibus errado, memorizei (lembrem-se, neurônios gripados, com febre e dores nos axiomas), com toda a certeza do âmago do meu ser, a linha que não deveria pegar. Adivinha?

Exatamente. Peguei o desgraçado do ônibus. Quando vi já era tarde. Para não ficar feio, desci umas duas paradas depois. Aí vem o outro problema. Como moro razoavelmente perto do meu trabalho (uns dois quilômetros), e desci no meio do caminho, me meti numa sinuca de bico. Mico demais pegar outro ônibus e descer logo depois. Metade do caminho por percorrer. O que fiz?

Meus sapatos lhe contam. Isso depois de secarem da coriza que ia escorrendo nariz abaixo.

O ministério da saúde adverte: gripe deixa você mais débil mental que o habitual e provoca situações vexatórias, tal como pegar ônibus errado, mesmo sabendo.

Vai dizer que isso nunca aconteceu com você?

 

 

O povinho sem vergonha esse!!!












O povinho sem vergonha esse!!!

 

É com muito orgulho que apresento um programa de rádio de uma galera muito especial. Sem vergonha é uma idéia minha e da galerinha aí de cima que colocamos no ar no ano passado, na rádio Univali, de Itajaí SC.

 

Nossa pretensão era pouca. O horário é o mesmo do concorrente: de segunda a sexta das 18h às 18h50min.

 

É com grande alegria que vejo que o projeto ganhou asas e decolou de vez.

 

Logo, logo, estarei pintando por aí pra matar a saudades da rádio!!

 

Confira: Sem vergonha (seg. a sex., 18h às 18h50min):

 

http://www.univali.br/uploads/radio/radio.html

domingo, 17 de maio de 2009

A corrida...

Houve um dia na Terra...
...em que um Deus dos pés...
...desceu dos céus para abençoar uma corrida...






...centenas de outros pés colocaram-se em movimento...



...nessa corrida, nesse dia, não havia limites...



...os humanos brincavam...


...divertiam-se...





...o prêmio...
...seria de todos...




...não havia adversários...
...uniram-se, eles, ao bem maior...






...milhares de pessoas unidas...





...gerações completas...
...solidárias...





...o milagre da multiplicação...







...corpo e mente flutuam com a sensação do dever cumprido...





...chega!!!...
...a láurea espera os competidores...





...a recompensa...
...a solidariedade de quem estende a mão...




...o Deus se humaniza...
...o Deus ama...



...todos juntos...
...o vermelho e o azul...
...uma coisa só...




...reinam o carinho e a proteção aos mais fracos...






....nesse dia...
...o trabalho...




...é diversão...




...até quem não calça, é premiado...





...o troféu...




...é de um povo aguerrido, orgulhoso e solidário...



...no final a corrida é mais uma vez vencida...




...e o Deus se despede...





Fotos: Luciano Santos

sábado, 16 de maio de 2009

Da série...português é tão difícil?...nº VIII










Ainda bem que ele ou ela ganha a vida desenhando...já pensou se fosse como revisor?

sexta-feira, 15 de maio de 2009

O inverno





Oficialmente o inverno inicia-se em 20 de junho. Inverno vem do latim, hibernu, que quer dizer hibernar. Do fato de que alguns animais, o urso, por exemplo, é um, recolhem-se nos períodos frios e baixam o seu metabolismo, entrando em um período de sonolência constante, até que a estação gelada passe.

 

Bom, pra mim o inverno já começou. Quando? Quando eu mudei a chave do chuveiro de verão para inverno. Simples assim. O chuveiro me lembra do frio congelante do Rio Grande do Sul. Foi uma emoção. Deveria ter tirado foto. Registrado o momento. Como o descerrar de uma placa de inauguração. Troquei a chavezinha e toda aquela água quente banhou-me. Devia fazer, não, fazia uns três anos que havia aposentado a chave quente do chuveiro. No estado vizinho não era necessário.

 

Inverno tem das suas. Você come mais. Invariavelmente. Já engordei dois quilos desde o meu retorno. Resultado de farras gastronômicas regadas a cappuccinos, tortas de limão, quiches e por aí vai. Tem outra. Você não quer levantar da cama de jeito nenhum. Aliás, inverno é bom pra desempregado ou sujeito de férias. Tem o chimarrão. Fica melhor tomar água quente no inverno.

 

Depois de três anos hora de tirar as roupas pesadas do guardarroupa. Colocar no sol. Para matar os ácaros e o mofo do roupeiro. Tem roupa que nem lembrava mais que tinha. Fuxicar em guardarroupa é que nem olhar foto. Cada peça lhe traz uma lembrança. Algumas peças eu devia colocar fogo. Mas vá lá. Faz parte da vida. Também tenho que arrumar uma costureira. Dessas que fazem reforma. Tem muita roupa reciclável no meu armário. Digo, reutilizável.

 

Inverno é bom. Decididamente, acho bom o inverno. Tem coisas que só dá pra fazer no inverno. Dormir de meia por exemplo. No verão você quer cortar os pés fora se dormir de meia. Tem outra. Lagartear. Isso mesmo, esse é um termo daqui. Lagartear quer dizer ficar no sol, que nem os lagartos fazem. Melhor ainda se você estiver acompanhado de um saco de bergamotas (mexerica, para alguns). Ohhhh coisa boa, lagartear com bergamota. Fogão a lenha. O aqui de casa só falta instalar. Tem coisa melhor que chegar em casa aí pelas 18h e colocar lenha no fogão? Esquentar a água pro chimarrão e cozinhar um bom arroz carreteiro na panela de ferro?

 

Ahhhh, a panela de ferro. Esse utensílio doméstico combina com inverno. A comida fica muito mais saborosa numa panela de ferro. Não sei dizer por que, mas fica, com certeza fica. Ruim do inverno mesmo só o frio. Podia fazer inverno sem frio. Mas aí não seria a mesma coisa. Inverno sem frio é quase, digamos, verão. Assim como o verão sem calor é inverno. Deu pra entender? Não? Deixa assim.

 

Mas eu falava do meu chuveiro. Lembra? Sim. Lá no início. O chuveiro. Pro frio daqui não dá para ser qualquer chuveiro, - existe uma expressão bem gauchesca que diz que o frio aqui ‘tá de renguear cusco’, ou seja, seu cachorrinho (cusco) vai sair capengando, todo duro (renguear), do frio que faz - tem que ser um que esquente a água pra valer. Bom mesmo se você colocar a chaleira embaixo do chuveiro e tirar a água do mate prontinha pra ser sorvida. Exagero? Quem sabe você vem pra cá. Em agosto. E de manhã cedo, quando for tomar banho pra ir trabalhar, toma banho numa duchinha corona, sabe? Depois você me fala. Realmente, o inverno começa mudando-se a chave do chuveiro. Pelo menos por essas bandas.


sexta-feira, 8 de maio de 2009

Da série...Português é tão difícil?...nº VII



O serviço pode ser "de fino acabamento" mas as bolÇas e os feIchos, sei não...que que você acha?
Pelo menos o 'conserto', esse sim, tá bem acabado. Menos mal.

domingo, 3 de maio de 2009

Fui ao cinema – último, final e derradeiro capítulo





Apesar de todas as agruras do interlúdio cinematográfico, tenho que reconhecer, o filme é muito bom. Sou suspeito para falar, já que sou fã de carteirinha de super-herois. Para se ter uma idéia, caro leitor, só nesse final de semana, nos EUA, o filme arrecadou US$ 82 milhões de bilheteria. Em três míseros diazinhos, 82 paus. Não é para qualquer um. Pois bem, o filme encaminhava-se para suas cenas finais, eu já preenchendo a ficha para um emprego de lanterninha, quando ouço uma batida de porta.

 

Não uma batidinha qualquer, uma BATIDA, isso mesmo, com letra maiúscula. Todo o cinema parou. Olho para o lado da cortina e vejo o projecionista saindo da sala de projeção. Discreto como um elefante em uma loja de porcelanas. Não faltava mais nada para completar a tão qualificada sessão de cinema. Eu disse não faltava? Pois é. Tem mais. Não querido leitor, não entrou uma bateria de escola de samba na sala, como você pode estar imaginando, o que aconteceu em seguida ao final do filme foi algo mais bizarro.

 

Última cena, o mocinho, você bem sabe, se salvou. Pronto não falo mais nada. As luzes do cinema se acendem. A tela fica escura. Mas a projeção continua. Levanto para sair rápido evitando o congestionamento nas vias expressas do shopping, ao que me deparo com um porteiro, ou coisa que o valha, que me aponta a saída para o outro lado. Você que já foi em uma sala de cinema dessas novas, em shoppings, sabe como é. A saída localiza-se nas portas ao lado da tela de projeção. Lá embaixo. Seria muita pretensão minha acreditar que havia me dado bem em meu local escolhido para assistir à película estreante.

 

Começo a descer os degraus em direção à saída quando o gran-finale desenrola-se. Eu, quase na porta olho para a tela, e o filme não havia acabado. Isso mesmo leitor, o filme não havia acabado e os caras do cinema já haviam acendido as luzes de saída. Resultado, o babaca aqui e mais umas dezenas de outros babacas, em pé, olhando para a tela, vendo o final do filme. Imagine a cena. Eu nunca havia visto ou participado de algo assim.

 

Ah, eu e as garras do Wolverine. Pobres funcionários de cinema.

sábado, 2 de maio de 2009

Fui ao cinema - Parte II


Eu estava de BONÉ! Sim leitor, eu, eu mesmo, de boné, na sala do cinema. Como iria adentrar a sala do cinema portando um ostentoso boné em minha cabeça? Isso não é o pior. Pior, é que iria atrapalhar o cidadão que se postasse na cadeira imediatamente posterior a minha para esbaldar-se na apresentação da película aventuresca. Olhei o relógio. Eram 18h50. Não daria tempo de voltar ao carro para largar o boné, muito menos ir ao banheiro ajeitar o cabelo. Por que você sabe como é leitor. O blogueiro aqui, se você reparar na foto do meu perfil (que, aliás, é uma foto de perfil) verá que fios capilares, não são o meu forte. E quando ponho boné, então, ao tirá-lo só lavando a cabeça para os heróicos sobreviventes que habitam minha cabeça colocarem-se em seus devidos lugares.

Bom, vá lá. Entrei na sala mesmo assim. Foi então que vi. Sim eu vi. Minha salvação. Havia uma poltrona vaga. Na primeira fila. Ou como queiram, na última. A mais de cima. E o melhor. A da ponta. Ao lado da entrada. Agradeci aos céus tamanha sorte. Não só teria uma posição privilegiada para assistir ao filme, como também seria um dos primeiros a sair ao término da projeção cinematográfica. Eu realmente sou um sujeito de sorte. Estava tendo o privilégio de estar numa ESTREIA. Isso mesmo, eu, numa ESTREIA, mundial, diga-se de passagem! Só no México o lançamento foi adiado. Por causa do resfriado que acometeu nossos amigos chafurdadores. Não sabia que porco gostava dos X-MEN. Mas, vai saber?

Então, estava eu ainda a bendizer todas as graças alcançadas quando sentei em minha confortabilíssima poltrona. Ao meu lado um casal, atracado no bacião de pipoca e no gigantesco refrigerante. Agradeci mais uma vez, por ter escapado de tamanha tentação. 19h. Iniciaram-se os trailers. Logo no início, o rapaz, do casal ao lado, levanta-se para ir ao banheiro. Mas que coisa. A pessoa não podia ter ido antes. Isso que dá, sim senhor, comer pipoca salgada e tomar refri gelado. O filme ia começar e o cidadão corria o risco de perder o prólogo da história. Bom problema dele. Pediu-me licença e saiu. Começa o filme. E também começam a chegar os atrasados. E eu começo a me irritar, porque estou ao lado da porta de entrada, e sabe né? A luz de fora não é apagada. E a pior coisa leitor é uma luz intrusa no meio do escuro do cinema. Bom, exercitei um mantra de paciência e tratei de me concentrar no filme. Foi aí que começou tudo.

Sim. Eu descobri. Você que tem problema de retenção urinária ou prisão de ventre, vá ao cinema. Mal o filme tinha começado, um pai levanta-se para acompanhar a criança (a classificação indicativa é de 16 anos) ao banheiro. Um dos QUATRO, leitor, eu disse QUATRO filhos pequenos que o casal levou ao cinema. Começa que o filme não é para crianças. Outra. O que é que uma criança de 7 ou 8 anos vai conseguir entender de um filme legendado? A não ser que seja um prodígio em língua inglesa ou tenha a capacidade de leitura dinâmica em tão tenra idade. Duvido muito. Mas como eu is falando. O pessoal teve uma crise de incontinência urinária. Ou de diarréia, o que é pior.

Eu contei. Sem brincadeira. Eu contei. DE-ZES-SE-TE pessoas, isso mesmo, não perca a conta, DE-ZES-SE-TE pessoas levantaram-se durante uma hora e cinqüenta minutos para irem ao banheiro ou seja lá o que for. Eu tinha dito que cinema é um evento social. Ou seja, você tem que ter um pouco de SIFRAGOL, para notar que não está na sua casa assistindo a um DVD. Tem que no mínimo respeitar os outros que pagaram, e não foi barato – aliás, já estou com a lei da meia entrada para estudante, ninguém me faz de bobo mais – e os deixarem assistir ao filme tranquilamente. Mas isso não é nada. O pior ainda está por vir.

Lembram que estava ao lado da entrada? Pois é. Se você, amigo leitor, já foi em uma sala de cinema, sabe que a entrada é coberta por uma espessa cortina, para que a luz externa não atrapalhe o espectador. Já viu né? Senti-me o próprio lanterninha, tendo que levantar, DEZ vezes para puxar a cortina que meus queridos colegas de sessão deixavam aberta ao sair ou entrar na sala. Rabo comprido sabe como é? Só faltou alguém pedir para eu pegar um saco de pipoca. Eu juro leitor, ah mas eu juro, me deu vontade sabe do quê?

De estar no lugar do Wolverine, receber a injeção de ADMANTIUM, e ter minhas próprias garras. Eu cortava rabo por rabo das criaturas transeuntes. Mas não acabou. No fim do filme...



...no fim do filme, aconteceu o pior, o que jamais poderia ter acontecido. O quê foi que aconteceu? Saiba amanhã, no último, derradeiro e final, mas não menos emocionante capítulo da minha saga ao cinema.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Fui ao cinema





Hoje é feriado. Portanto acordei às 10h. Já tinha me programado. Hoje era dia de supermercado. Horas e horas desfrutando das gôndolas, analisando preços, se o sabão em pó estava em promoção. Estava preparado psicologicamente para tal. Até ia curtir o som ambiente da rádio do mercado, tocando Kenny G ou Sade, ou ainda, um Frank Sinatra. Sabe como é. Propaganda subliminar. Música tranquila. Cara tranquilo. O som meloso das rodinhas do carrinho sendo empurrado pelas avenidas do consumo. Tudo para deixar você desestressado. Como disse, hoje era dia de supermercado. Era. Dia do trabalho. Sem trabalho. Tudo fechado. Vá lá. Deixa o pessoal do super descansar. Não têm feriadão mesmo.

Bom. Tinha que almoçar. Isso eram umas 17h. Resolvi tomar um cappuccino na praça de alimentação. Para acompanhar, quiche de espinafre e torta de maçã, ou Apple pie como dizem os americanos. Horas atrás havia visto a propaganda, em um site, do novo filme da série X-Men. Wolverine, a origem. Nome pomposo. O trailer que se abriu para mim na rede mundial me entusiasmou. Comentei com minha namorada sobre o novo filme. Conversávamos pelo MSN. Mas disse da minha apatia por ir ao cinema sozinho. Não gosto. Escurinho do cinema foi feito para casal, programa família. Sabe como é. Como diz a Rita Lee: “no escurinho do cinema, chupando dropes de anis...longe de qualquer problema, perto de um final feliz...que FLAGRA , que FLAGRA...” e por aí vai.

Para a minha não tão grande surpresa, qual o filme? Wolverine. Estréia. Nossa, eu, euzinho mesmo, indo a uma estréia. Vejam só. Que privilégio. Para poucos diria. Sessão das 19h. Eram 17h30. Mas que coisa. Fiquei fazendo hora. Estava a fim de ver o filme mesmo. E o que é pior. Ia enfrentar a sessão, sozinho. Aliás, sugestão da minha guria. Ela adora ir ao cinema, sozinha. Bom, tem louco pra tudo mesmo. Quando ela estiver lendo esse texto, provavelmente irá me estrangular. Então leitor, se eu não mais escrever e você achar o meu obituário na Zero Hora ou no Correio do Povo, já sabe. Crime passional. Ela queria ver o filme comigo. Bom, no momento, digamos, que há uma grande distância entre nós. Mais ou menos 1600 km. Decidi. Mas que coisa. Sou um ser social. O que é que tem demais ir ao cinema sozinho, afinal de contas?

Esperto como sou, fui ao meu carro pegar minha carteira-de-estudante-de-jornalismo-da-FAMECOS-da-PUCRS. Já que vou ao cinema, vou fazer valer meus direitos. Pago meia. Cheguei para comprar meu ingresso. Valor? R$10,00...para mim..adivinha? R$ 4,50? Nada. R$ 9,00. Ué, mas não é meia entrada? A vendedora me explicou que isso vale para segundas, terças, quintas e sextas. Quarta, já é mais barato. Sábados, domingos e feriados, baita desconto. Um real. Bom já estava pensando em desistir. Se eu trabalho toda a semana, vou à faculdade toda a semana, à noite, quando é que vou pagar meia entrada? Mas vá lá. Isso não conseguiu demover a minha idéia de assistir, sozinho, vejam só que desafio, ao Wolverine.

Adoro gibis de herois. Lia todos. Gostava do X-MEN, homem de ferro, surfista prateado, homem-aranha. Sempre li muita história em quadrinhos. Lia a turma da Disney também. Adorava as histórias do Mickey detetive e seu fiel escudeiro Pateta. Quase um Sherlock e seu Dr. Watson, guardada as devidas proporções, é claro. Bom, voltando ao assunto, filme da MARVEL, super-herois. Ta aí um tipo de filme que vai ser legal em assistir. Comprei o ingresso. Passei de olhos fechados pela pipocaria e pelo refrigerante gigantesco. Fosse com minha companhia, teríamos que ter feito esse pit-stop gastronômico. Ela diria: cinema lembra pipoca que lembra refrigerante gigantesco. E dê-lhe calorias extras.

De repente algo aconteceu. Lembrei.



Do que eu lembrei? O que aconteceu? Não percam. Amanhã eu continuo....