quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Aquilo que não sei o nome (muito menos definir)

Os Namorados (Guilherme de Faria)
Perguntei a todos hoje. Da minha chefa, aos colegas, passando pela moça da limpeza e os vigilantes. Como chamo a sensação eufórica e subliminar por que passo durante a conquista da fêmea? Ninguém soube responder. Uns chamaram de euforia, outros de fogacho. Até tesão apareceu na roda.

Mesmo assim não me convenci. Acredito que o que estou sentindo (novamente) é uma reunião de todos esses adjetivos. Não sei definir. Só sei que é bom. Muito bom. O pior. Não a conheço. Pelo menos pessoalmente. Mas penso nela durante o dia. Quero conversar com ela no MSN. Até já me explico, perante a moça, porque não posso conversar com ela naquele dia. Futebol com os amigos.

Sabe aquela sensação que vai tomando o teu peito, tua boca, faz tremer os braços e as pernas, quando está para encontrar a criatura? O meu caso é mais grave. Não a encontrarei. A não ser virtualmente, mesmo assim é ótimo. Espero a hora, ansioso, do falar pelos dedos e pelo teclado com ela.

Há treze anos, mais ou menos não sentia isso. E isso é bom. Leitor, você sabe do que estou falando? Se souber me responda, qual o nome disso? Dessa sensação maravilhosa de se amar e se sentir amado. Não consegui descrever. Por isso escrevo. Escrevo o vocabulário que me falta. Busco incessantemente, como um bom jornalista, definir sentimentos. Ato falho. Não consigo. Mas é bom. Muito bom. Descobriu o que sinto?
Não? Pois é. É difícil definir. Perguntei a casados, que já passaram pela fase da novidade e da conquista. Não souberam responder. Perguntei a solteiros. Também não.

Difícil né? Uma questão essencial, diria eu. A essência da vida e do amor. Inexplicável. Cientificamente falando, neurotransmissores e hormônios que te fazem sentir-se bem. Dopaminas, adrenalinas, serotoninas e tantas inas mais que a ciência tenta explicar e que nem possuem definição. Já notou? Já sentiu isso por alguém? Tente definir numa palavra. Não consegue não é? Nem eu.

Eis o segredo da vida. E do amor. O que é bom não tem vocabulário. O que é verdadeiramente importante não se consegue falar. É divino. Não é humano, portanto intangível, inexplicável. Sem palavras.

Terminarei esse texto e não conseguirei exprimir o que estou sentindo por alguém que nem conheço na verdade. O Cara lá em cima sabe o que faz. Mistura num caldeirão os sentimentos mais puros. Lança sobre nossas cabeças o caldo. E sem mais nem menos nos vemos envolvidos. Em quê? Não sei. Sem definição. Sem nome. Simplesmente acontece. Espero que com você esteja acontecendo também. Seria muito bom. A prova de que sentir o que estou sentindo (e que achei que nunca mais iria) não necessita nome nem definição. Desde que seja puro, sincero e...recíproco. Aquilo que não sei definir é bom. Muito melhor com você.

6 comentários:

Anônimo disse...

Falando a minha lingua (sou designer), isso pode ser um "layout de amor", que tal?
Estou passando por isso tb...

Klaudya

Luciano S. Santos disse...

hehehe...com certeza querida Klaudia...mto boa essa..hehehe
layout de amor...tá aí, gostei.
layout de amor...só temos que cuidar pra que a fachada nunca mude (pra que a conquista seja intermitente).
Lu.

Anônimo disse...

Fui rendida pelo poder das relações virtuais. Acredito que é possível conhecer alguém por e-mail, se apaixonar por e-mail, odiar por e-mail, tudo isso sem jamais ter visto a pessoa. As palavras escritas no computador podem muito...mas vai chegar o dia(se é que já não chegou) em que toque a visão e a audição serão necessários, porque o teclado ainda não dá conta de certas sutilezas...
Belíssimo texto Lu,bjs no seu coração!!

Luciano S. Santos disse...

Ju. as palavras que escorrem pelos dedos são somente sussurros de um carinho nos ouvidos de quem lê. nada substiui o tato. os dedos procuram a nuca. acariciam e falam pelo toque.
Bj, Lu.

Unknown disse...

Tudo que estou procurando neste momento é um "encantamento" destes..
Sei sobre o que falas, sei como sentes, mas o parco vocabulário não nos permite dizer o indizível... essas coisas devem ser sentidas, vividas, jamais definidas...

Luciano S. Santos disse...

concordo com você minha cara estrela. só nos resta sentir, mas a nós, escritores da alma, o desafio de verbalizar o que ainda não foi dito, mesmo que por falta das palavras, é o alimento que nos mantêm, o combustível que nos impulsiona a continuar.