domingo, 11 de janeiro de 2009

Escrever, escrever, escrever


Propus uma meta a mim mesmo. Escrever um texto por dia. Preciso praticar, afinal, jornalista que não escreve, não é jornalista. O blog é meu editor. Ele é quem me diz se cumpri a pauta do dia ou não. Basta olhar na última data de postagem. Tem que ser a data de hoje.

Pois bem, passei o dia inteiro em casa, pensando no que escrever. E, droga, não me vinha nada à cabeça. Sempre achei escrever uma tarefa fácil e prazerosa, mas que diabos! Hoje não sei sobre o que escrever. Pensei em escrever sobre a praça na frente da minha casa. Quem sabe a história de um crime na praça. Amassei o papel virtual do meu notebook e mandei-o pra lixeira. Ah! O clube ao lado da minha casa. Certamente dá uma boa história. Tantos casamentos e festas de quinze anos que não me deixaram dormir aos sábados à noite por causa do som alto da festança. Ficava e fico imaginando a festa, os convidados, a valsa, os noivos, a debutante. Monto a festa na minha cabeça. Tá aí uma boa história. Merda! Não gostei. Não to inspirado.

Quem sabe a minha ida ao supermercado? Uma das poucas atividades sociais a que tenho me dedicado, visto morar sozinho, estar solteiro, recém chegado na cidade, ainda sem amigos pras festas.
Chego a me arrumar como se estivesse indo para a noite. Afinal o super é um bom lugar pra paquerar. Você chega ao lado daquela loira escultural (prefiro o tipo mignon), cabelo comprido até a cintura, cheiro de xampu. Ela olha as marcas de sabão em pó e você sutilmente dá a sua opinião sobre a marca. Fala que o tal sabão é bom para roupas claras, mas não limpa as escuras. Sei lá. Inventa um papo pra puxar conversa. E aí vai.

Péssimo assunto. Pelo menos hoje me parece. É, hoje tá difícil escrever. Cruzes! Estou até abusando da ortografia informal. Melhor dizer. Hoje ESTÁ difícil escrever. Viu? Difícil. Escrever é colocar a boca e a língua na ponta da caneta. Ou nos dedos no teclado. Se os dedos falassem como a boca, seria muito mais fácil escrever. Afinal seria o mesmo membro o responsável pelo poder da comunicação. Já pensou. Todos falando e escrevendo pelas mãos. Que inveja dos surdos e mudos.

O jornalista Ricardo Noblat disse que para ser um bom jornalista treino é fundamental. Quanto mais você escrever e reescrever um texto um pouco menos pior ele vai se tornando. Até que um dia possa ser que fique bom. Ele diz que até hoje detesta seus textos e que se pudesse e tivesse mais tempo reescrevê-los-ia. O que é que sobra para nós pobres jornalistas (ou futuros) mortais se para o Noblat o texto dele ainda é ruim? Bom, mais um motivo para eu treinar muito.

Ei! Olha para cima. O que você vê? Não é um texto? Não. É uma tentativa. Certamente depois de postá-lo o lerei novamente e pensarei: que merda de texto! Tenho que treinar mais. Escrever, escrever, escrever. Tal é a lei.

2 comentários:

Gilda Pereira disse...

Aureliano,meu professor de Produçao Textual em Espanhol,disse em uma ocasiao que o melhor amigo do escritor é a lixeira.
Pense nisto!!!
Abraço.

Luciano S. Santos disse...

com certeza cara Gilda. e uma lixeira cheia. pois escrever é treino. quanto mais escrevemos, menos pior nosso texto se torna. a lixeira não se importa de ler.