
Tenho uma amiga chamada Bruna que me cobrou que não escrevo sobre ela no meu blog. Pois então, aí vai. Esta crônica é em sua homenagem cara Bruna.
Estava eu indo almoçar com duas colegas de trabalho e antes de pegar o elevador resolvi ir mijar no banheiro. Entrei, fui direto à privada. Aquelas que ficam lado a lado, separadas por divisórias. Estava eu a aliviar minha bexiga quando de repente ouço o seguinte diálogo:
- Olá. Você por aqui? (Que pergunta é essa? Parece que você encontrou um amigo no restaurante. Onde já se viu perguntar isso num banheiro. Até parece que o seu conhecido não utiliza banheiro público).
Segurei a risada e abri mais meus ouvidos para acompanhar o diálogo.
- Calor hoje né?
- Hum hum.
- Vai vir chuva. Com certeza.
- É sempre assim.
-Bom vou indo. Até mais.
- Até.
Existem dois lugares em que o papo entre amigos ou conhecidos versará sobre o tempo. Um é o banheiro público. Outro, o elevador.
Aliás, a pior coisa que pode acontecer com você, é encontrar um amigo no banheiro público. Ainda mais se faz tempo que você não o vê. Já pensou o seu amigo estendendo a mão para cumprimentá-lo? Aquela mão que você tem a certeza que estava segurando o pinto dele há um momento atrás. Pior, ele mijou e chacoalhou, o que quer dizer que provavelmente há respingos de urina em sua mão. Mas pior ainda é se ele vem te dar um abraço, colabando ambas as mãos em suas costas e você imaginando as bactérias pulando para sua camisa. Com certeza você não vai conseguir trabalhar o restante do dia, louco para chegar em casa, arrancar suas roupas, ir para o banheiro tomar banho e esfregar e lavar suas vestes, se possível com creolina.
Já no elevador, quando você adentra no mesmo, é como se houvesse uma placa fixada no fundo com o seguinte dizer: “Favor olhar para o chão, assoviar e falar somente sobre o tempo”. É incrível o poder hipnótico do elevador sobre as pessoas. Tem gente que deve rezar para não pegar elevador com conhecidos, só para não ter que puxar papo ou ficar olhando para a cara do outro. Agora me diz, por que as pessoas se sentem constrangidas nesses dois ambientes? O banheiro é até explicável. Afinal ninguém se sente bem em demonstrar a outrem que está ali para satisfazer necessidades fisiológicas. É como se você estivesse nu, no banheiro da sua casa e, sem mais nem menos alguém irrompe através da porta e te pega de calça arriada, sentado, confortavelmente em seu trono imperial.
Mas no elevador é no mínimo estranho. Por que será que as pessoas não se sentem à vontade com outras dentro do elevador? Definitivamente, o elevador não é um ambiente sociabilizador. Talvez se houvessem banquetas, um bar e um barman servindo coquetéis dentro do elevador as pessoas se sentiriam mais a vontade. O elevador seria um ponto de encontro. Já pensou? Aquela sua vizinha gostosa tomando um dry Martini e você pedindo um uísque on the rocks enquanto inicia um flerte com a vítima...ops com a conhecida.
Bom, ao sair do banheiro encontrei minhas colegas de trabalho e enquanto íamos ao restaurante relatei o ocorrido a elas. Perguntei então o que as mulheres conversam ao irem ao banheiro? Elas, educadamente responderam que vão ao banheiro juntas para confidenciarem a respeito das pessoas que ficaram na mesa em que se encontram. Para ajudarem-se mutuamente ao conferir maquiagem, cabelo e outras cositas más, uma da outra. Já pensou dois homens indo ao banheiro juntos. Já imagino a situação.
- Viu a loira da outra mesa?
- Vi sim. Que gostosa. Está com uma microssaia. Que pernas. Imagina o que tem debaixo daquela sainha?
- Nossa, muito boa, mesmo.
E por aí vai. Aliás, assunto de homem em bar só pode ser dois. Mulher e futebol.
Mas e a minha amiga Bruna, entra aonde nessa história? Bom, deixa eu explicar. A Bruna é uma daquelas amigas, diria eu, no mínimo incomum, o que já, por si só torna nossa amizade muito interessante. A Bruna, digamos, não tem papas na língua. Isso a faz ser uma pessoa autêntica, direta e extremamente sincera. Aonde quero chegar?
Fico imaginando a Bruna no banheiro feminino. Com certeza iria tratar uma conhecida, que encontrou por acaso, como se estivesse saindo de uma sessão de cinema no sábado à tarde. Não se incomodaria de pedir um absorvente para uma estranha, e se tivesse fugido para ir ao banheiro chorar porque viu o ex com outra, pegaria a primeira mulher que encontrasse retocando o batom e faria dela uma psicóloga e conselheira amorosa.
No elevador então não teria nem graça. Puxaria papo como se estivesse no salão de beleza comentando com as outras clientes sobre a nova moda de cabelos para o verão enquanto espera sua vez de fazer as unhas.
Essa é minha amiga Bruna, espontânea, autêntica e verdadeira. Como os melhores amigos devem ser.
Viu Bruna, agora você vai pensar três vezes antes de me pedir pra falar em ti no meu blog.
Estava eu indo almoçar com duas colegas de trabalho e antes de pegar o elevador resolvi ir mijar no banheiro. Entrei, fui direto à privada. Aquelas que ficam lado a lado, separadas por divisórias. Estava eu a aliviar minha bexiga quando de repente ouço o seguinte diálogo:
- Olá. Você por aqui? (Que pergunta é essa? Parece que você encontrou um amigo no restaurante. Onde já se viu perguntar isso num banheiro. Até parece que o seu conhecido não utiliza banheiro público).
Segurei a risada e abri mais meus ouvidos para acompanhar o diálogo.
- Calor hoje né?
- Hum hum.
- Vai vir chuva. Com certeza.
- É sempre assim.
-Bom vou indo. Até mais.
- Até.
Existem dois lugares em que o papo entre amigos ou conhecidos versará sobre o tempo. Um é o banheiro público. Outro, o elevador.
Aliás, a pior coisa que pode acontecer com você, é encontrar um amigo no banheiro público. Ainda mais se faz tempo que você não o vê. Já pensou o seu amigo estendendo a mão para cumprimentá-lo? Aquela mão que você tem a certeza que estava segurando o pinto dele há um momento atrás. Pior, ele mijou e chacoalhou, o que quer dizer que provavelmente há respingos de urina em sua mão. Mas pior ainda é se ele vem te dar um abraço, colabando ambas as mãos em suas costas e você imaginando as bactérias pulando para sua camisa. Com certeza você não vai conseguir trabalhar o restante do dia, louco para chegar em casa, arrancar suas roupas, ir para o banheiro tomar banho e esfregar e lavar suas vestes, se possível com creolina.
Já no elevador, quando você adentra no mesmo, é como se houvesse uma placa fixada no fundo com o seguinte dizer: “Favor olhar para o chão, assoviar e falar somente sobre o tempo”. É incrível o poder hipnótico do elevador sobre as pessoas. Tem gente que deve rezar para não pegar elevador com conhecidos, só para não ter que puxar papo ou ficar olhando para a cara do outro. Agora me diz, por que as pessoas se sentem constrangidas nesses dois ambientes? O banheiro é até explicável. Afinal ninguém se sente bem em demonstrar a outrem que está ali para satisfazer necessidades fisiológicas. É como se você estivesse nu, no banheiro da sua casa e, sem mais nem menos alguém irrompe através da porta e te pega de calça arriada, sentado, confortavelmente em seu trono imperial.
Mas no elevador é no mínimo estranho. Por que será que as pessoas não se sentem à vontade com outras dentro do elevador? Definitivamente, o elevador não é um ambiente sociabilizador. Talvez se houvessem banquetas, um bar e um barman servindo coquetéis dentro do elevador as pessoas se sentiriam mais a vontade. O elevador seria um ponto de encontro. Já pensou? Aquela sua vizinha gostosa tomando um dry Martini e você pedindo um uísque on the rocks enquanto inicia um flerte com a vítima...ops com a conhecida.
Bom, ao sair do banheiro encontrei minhas colegas de trabalho e enquanto íamos ao restaurante relatei o ocorrido a elas. Perguntei então o que as mulheres conversam ao irem ao banheiro? Elas, educadamente responderam que vão ao banheiro juntas para confidenciarem a respeito das pessoas que ficaram na mesa em que se encontram. Para ajudarem-se mutuamente ao conferir maquiagem, cabelo e outras cositas más, uma da outra. Já pensou dois homens indo ao banheiro juntos. Já imagino a situação.
- Viu a loira da outra mesa?
- Vi sim. Que gostosa. Está com uma microssaia. Que pernas. Imagina o que tem debaixo daquela sainha?
- Nossa, muito boa, mesmo.
E por aí vai. Aliás, assunto de homem em bar só pode ser dois. Mulher e futebol.
Mas e a minha amiga Bruna, entra aonde nessa história? Bom, deixa eu explicar. A Bruna é uma daquelas amigas, diria eu, no mínimo incomum, o que já, por si só torna nossa amizade muito interessante. A Bruna, digamos, não tem papas na língua. Isso a faz ser uma pessoa autêntica, direta e extremamente sincera. Aonde quero chegar?
Fico imaginando a Bruna no banheiro feminino. Com certeza iria tratar uma conhecida, que encontrou por acaso, como se estivesse saindo de uma sessão de cinema no sábado à tarde. Não se incomodaria de pedir um absorvente para uma estranha, e se tivesse fugido para ir ao banheiro chorar porque viu o ex com outra, pegaria a primeira mulher que encontrasse retocando o batom e faria dela uma psicóloga e conselheira amorosa.
No elevador então não teria nem graça. Puxaria papo como se estivesse no salão de beleza comentando com as outras clientes sobre a nova moda de cabelos para o verão enquanto espera sua vez de fazer as unhas.
Essa é minha amiga Bruna, espontânea, autêntica e verdadeira. Como os melhores amigos devem ser.
Viu Bruna, agora você vai pensar três vezes antes de me pedir pra falar em ti no meu blog.
Um comentário:
aQuem disse que eu vou pensar antes de pedir?lembra, eu naum tenho filtro entre a cabeça e a boca, o que vem, sai. E gostei mt da descrição!!!Brigada, Lu.Saudades infinitas!!!!
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